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Foto: Lula Marques/Agência Brasil |
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou, nesta quarta-feira (20), uma reunião de emergência com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos – PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil – AP), para avaliar os efeitos da derrota sofrida pelo governo no comando da CPMI do INSS.
A eleição, que garantiu à oposição a presidência com o senador Carlos Viana (Podemos-MG) e a relatoria com o deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), foi considerada um duro golpe na articulação política do Planalto. A derrota é, também, de Alcolumbre e Motta.
Enquanto Lula conversava com os chefes do Legislativo, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, reuniu líderes do governo na Câmara e no Senado. O objetivo foi cobrar explicações diretas sobre a falha na mobilização que resultou na perda do controle da comissão.
DESCUIDO E SOBERBA
Nos bastidores, a derrota foi interpretada não apenas como descuido, mas como sinal de soberba da base governista, que acreditava ter votos suficientes para vencer a disputa.
A avaliação é que o episódio fragiliza a narrativa do governo e abre espaço para a oposição explorar um dos temas mais sensíveis da agenda política: a investigação sobre desvios que atingem aposentados e pensionistas.
O Planalto teme que o comando oposicionista da CPMI transforme as sessões em palanque contra o governo, ampliando desgastes políticos.
A derrota expôs rachaduras na base aliada, obrigando Lula a reforçar o chamado à unidade e a buscar maior sintonia com os parlamentares. O encontro de emergência, portanto, simboliza não apenas a tentativa de conter danos, mas de reorganizar a articulação política para evitar novos tropeços no Congresso.